Redescobrindo os caminhos por meio das pinceladas de Pedro Weingartner
- Seguindo Clio
- 20 de jul. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 27 de jul. de 2020
Andiéle de Souza Baranoski;
José Expedito Zeferino;
Tatiane Beretta.
A Colônia de Nova Veneza foi a última colônia criada em Santa Catarina e teve seu início no ano de 1891. Ela foi criada após o fim da abolição da escravatura, tendo como objetivo colonizar novas extensões de terras por povos europeus, sem preocupação de como isso iria afetar as comunidades originais que viviam nestas terras, como os povos indígenas, os Xokleng. Outro objetivo da colonização destas terras foi buscar esconder o passado escravista brasileiro e catarinense invisibilizando a existência de negros nesta região, desenvolvendo assim, uma narrativa de territórios totalmente colonizados por identidades europeias, em particular, italianas.
A ocupação das terras por novos colonos se deu pelas chamadas Empresas Colonizadoras. Em Nova Veneza a Companhia Metropolitana foi a responsável pelos assentamentos de imigrantes nesta região do estado. “Na sede, muitos lotes urbanos estavam medidos e desmatados, e, além dos barracões, foram erguidas uma casa para a diretoria da Colônia e mais três para o comércio.” (BORTOLOTTO, 1992, p.24).
Essa atividade tem como proposição um roteiro que instigue novas narrativas e olhares sobre a cidade de Nova Veneza, tendo como ponto de partida a obra “Vida Nova” do pintor Pedro Weingartner, que em sua obra busca demonstrar o início da colonização italiana na Colônia de Nova Veneza em Santa Catarina. O intuito desta atividade é vislumbrar a obra e refletir sobre o patrimônio orindo da colonização da Companhia Metropolitana. Buscaremos fazer uma interação entre a obra e a cidade, redescobrindo novas perspectivas e olhares. Mas primeiro convidados vocês a conhecerem a história deste artista...
O artista Pedro Weingartner, nasceu em (26/07/1853), em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Filho de imigrantes alemães, trabalhou inicialmente como caixeiro viajante e depois como tipógrafo. Em 1879, ele viajou por conta própria para Hamburgo, na Alemanha, estudando no Liceu de Artes e Ofícios. Posteriormente, segue para Karlsruhe e cursa a Escola de Belas Artes de Baden. Viajou constantemente ao Brasil e participou de diversas exposições. Realizou uma mostra individual no Rio de Janeiro, em 1888, com paisagens que são muito elogiadas pelos críticos brasileiros.
De volta ao Brasil, em 1891, tornou-se professor da cadeira de desenho figurado na Escola Nacional de Belas Artes - ENBA, no Rio e Janeiro e realizou diversas viagens ao sul do país, explorando temas regionais, que se tornaram frequentes em sua produção. A representação da Colônia de Nova Veneza produzida por Weingartner no ano de 1893, tenta caracterizar aspectos da construção de um novo lar, uma nova forma de viver em terras longínquas. Mas, como uma representação, é necessário nos determos a compreender que ela não pode ser considerada uma “verdade” absoluta, mas sim um olhar artístico desta paisagem em construção.
Convidamos você para viajar conosco e conhecer a nossa forma de compreensão sobre alguns pontos em comum da obra com prédios e locais da cidade atualmente. Desejamos uma boa viagem ao passado enquanto vivemos o presente pelas ruas de Nova Veneza.

Mapa do Google de Nova Veneza. Maio de 2020. Edição de Tatiane Beretta.

"Vida Nova” 1893 – Pedro Weingartner.

Mesma vista da obra de Pedro Weingartner. Maio de 2020. Foto de Tatiane Beretta.
Ponto 01 – Palácio da Metropolitana hoje utilizado como Hospital São Marcos.


Ponto 02 – Primeira escola de Nova Veneza hoje casa particular. Maio de 2020. Foto de
Tatiane Beretta.


Ponto 03 – prédio colonial hoje casa particular. Maio de 2020. Foto de Tatiane Beretta.


Ponto 04 - Clube da Família Napoli hoje Museu do Imigrante Cônego Miguel Giacca. Maio de 2020. Foto de Tatiane Beretta.

Ponto 05 – Local antes ocupado por residências e comércio da Companhia Metropolitana e hoje O Instituto Sagrada Família.


Foto disponível em: Maio de 2020. Foto de Tatiane Beretta
https://irmasbeneditinasdp.com.br/
home/instituto-sagrada-familia/
Ponto 06 – Rio Mãe Luzia.

Maio de 2020. Foto de Tatiane Beretta
Dialogando com Clio: mãos à obra:
Após o término das observações podemos levantar algumas questões importantes:
a) A cidade que o pintor Pedro Weingartner representou em sua obra sofreu mudanças? Quais estão em maior evidência para você?
b) Quando ocorreu a colonização nestes territórios já moravam outras pessoas, será que esta colonização ocorreu de forma pacífica?
c) Quando vislumbramos os locais pontuados podemos caracterizar qual tipo de etnia esses patrimônios pertencem? Você conhece algum patrimônio que pertença a alguma outra etnia, como dos povos indígenas que aqui já habitavam?
d) A cidade de Nova Veneza sofreu impactos ambientas após a colonização? Você consegue perceber esses impactos na obra de Weingartner?
e) Para finalizarmos nossa atividade, após sua reflexão, represente a cidade através de uma janela de qualquer edifício de Nova Veneza, com isso você terá a sua representação a partir da sua visão.
REFERÊNCIAS:
OSTETTO, Lucy Cristina. Nova Veneza na Primeira Metade do Século XX. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2014.
BORTOLOTTO, Zulmar Hélio. História de Nova Veneza. Nova Veneza: Prefeitura Municipal, 1992.’
BALDESSAR, Quinto Davide Mons. Imigrantes história costumes e tradições no processo de colonização no sul do estado de Santa Catarina. 2ºed. 2005.
Sites:
Disponível em https://www.guiadasartes.com.br/pedro-weingartner/obras-e-biografia. Acesso de mar/2020.
Disponível em https://irmasbeneditinasdp.com.br/home/wp-content/uploads/2018/12/jardim.jpg. Acesso 20 mar/2020.
Disponível em https://www.google.com/search?q=rio+m%C3%A3e+luzia+em+nova+veneza&rlz=1C1GGRV_enBR752BR752&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjl1aqqtt_pAhWVD7kGHSEVC-4Q_AUoAXoECAwQAw&biw=1366&bih=576#imgrc=UL4dHilT2yu-2M. acesso 20 mar/2020.
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