Os caminhos de ferro: substituição ou esquecimento?
- Seguindo Clio
- 2 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Camila Ghesi Alves
A Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina está relacionada com o início da extração de carvão da região sul, ligando as minas e ao porto de Imbituba. De acordo com o economista Alcides Goularti Filho, a construção da estrada de ferro e do complexo de transporte carbonífero se deu a partir de 1884, ano de inauguração do primeiro trecho da ferrovia.
Em 1946, a inauguração da Companhia Siderúrgica Nacional, com uma unidade em Tubarão, separava o carvão energético do mineral e do rejeito (FILHO, 2017). “Com a dieselização do transporte ferroviário brasileiro em 1950, caiu a demanda de carvão energético, ampliando a quantidade de carvão subutilizado” (FILHO, 2017, p. 81). Mesmo com a nova utilização do carvão catarinense, houve o problema da baixa qualidade do mineral, e partir desse momento, a forte economia que envolvia as empresas carboníferas, decaiu. “Com os adventos das políticas neoliberais iniciadas em 1990, o setor carbonífero foi duramente penalizado” (FILHO, 2017, p. 81) e com isso, o que antes movimentava a grande produção das estradas de ferro, começava a diminuir seu consumo.
Atualmente a região carbonífera continua funcionando, com menor intensidade, e com algumas mudanças operacionais, porém, atuam frequentemente na região entre Siderópolis, Treviso e Urussanga.
Um importante empreendimento, dito um dos maiores feitos construídos pela empresa inglesa The Donna Thereza Christina Railway Company, foi a Ponte do Canal das Laranjeiras, ou Ponte da Cabeçuda, localizada em Laguna. Inaugurada em 1884, a Estação da Cabeçuda é um dos grandes marcos para a estrada de ferro. Apesar da grandiosidade da obra e do investimento feito, atualmente a ponte está desativada. Os trilhos passam por outra ponte, e a prefeitura de Laguna pretende transformar a antiga estação em um museu que conte a história desse importante feito para a economia catarinense.
Apesar desse projeto, podemos perceber que a Estrada de Ferro está sendo esquecida, como se perdesse seu valor. Novas rotas e novos meios de transporte foram implementados em todo o mundo, e o trem, em muitos lugares, fora esquecido.
LOCAL:
ESTRADA DE FERRO TEREZA CRISTINA:
TÚNEL, EM SIDERÓPOLIS
PONTE DA CABEÇUDA, EM LAGUNA
LOCALIZAÇÃO
Siderópolis - SC, 88860-000

Laguna - SC, 88790-000

FOTOS

Ponte da Cabeçuda, Laguna. 1980. Disponível em <http://www.estacoesferroviarias.com.br/eftc/cabecuda.htm>

Ponte da Cabeçuda, Laguna, 2015. Disponível em <https://abobado.wordpress.com/2009/01/17/ponte-de-ferro-da-cabecuda-quando-cair-me-avisem/>

Túnel do Trem, Siderópolis, 2015. Disponível em <https://www.ruy-machado.com.br/index.php?pg=imagens&src=lugares&cidade=105>

Túnel do Trem, Siderópolis, 2016. Disponível em https://turismo.sideropolis.sc.gov.br/equipamento/index/codEquipamento/12458>
Dialogando com Clio: mãos à obra!
a) Após a leitura desse texto introdutório e de visualizar as imagens propomos a seguinte reflexão: seria possível reativar as funcionalidades de lazer, de cultura e de história que locomotivas já tiveram na região?
REFERÊNCIA
COSTA, Marli de Oliveira; OSÓRIO, Paulo Sérgio (organizadores). Memórias e Identidades: as estruturas carboníferas como patrimônio cultural de Santa Catarina - I ed. - Tubarão, EdiUNESC. 2017. 112p.
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