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Nova Veneza para além da agricultura nos anos iniciais de sua fundação enquanto colônia

  • Foto do escritor: Seguindo Clio
    Seguindo Clio
  • 24 de jul. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 2 de ago. de 2020

Andiéle de Souza Baranoski;

José Expedito Zeferino;

Tatiane Beretta.


Proposição

Continuando nossa viagem ao passado na cidade de Nova Veneza, iremos caminhar por entre empreendimentos que se fizeram presentes logo nos anos iniciais da imigração na cidade. Fazendo uma interação com o patrimônio, buscaremos permitir a você leitor, conhecer algumas atividades que se estabeleceram na colônia, para além da agricultura.


Histórico

A atividade humana, realizada por meio do trabalho dos imigrantes de Nova Veneza, transformou a matéria prima, em utensílios para o comércio. Da madeira e da palha surgiram as cadeiras, da criação de animas como os porcos, o torresmo e a banha para o consumo e para a venda. Essas e outras atividades foram responsáveis pela sobrevivência de muitas pessoas que na cidade chegavam para encontrar um novo lar. Colonizadores e colonizadoras incumbidos do saber fazer, um conhecimento passado de geração em geração, voltaram os ensinamentos repassados para a indústria, fundando pequenas empresas na cidade.

A colônia de Nova Veneza teve seu desenvolvimento inicial com base na agricultura. Porém, em poucos anos de colonização surgiram na colônia as primeiras indústrias objetivando atender a dinâmica cotidiana e como uma nova proposta de contribuição para economia do local. Essas indústrias de caráter familiar tinham como base os ensinamentos passados de geração em geração.

Alguns desses edifícios construídos nos séculos XIX e XX, podem ser revisitados graças à manutenção desses locais enquanto edificações. Convidamos a você leitor, a revisitar a colônia de Nova Veneza, por meio das imagens e histórias de alguns desses empreendimentos. Boa viagem!


Enquanto no interior da colônia as famílias se organizavam como unidade produtiva, desde 1891, no centro de Nova Veneza, prosperava a Indústria e Comércio Bortoluzzi S.A., a qual contava com a fábrica de produtos suínos, e sua sede fica na praça da chaminé. (OSTETTO, 2104, p.51).









(Disponível em https://www.portalveneza.com.br/nossa-historia-que-nos-conta-chamine/

acesso 20/jun.)


Produzindo salame, banha, torresmo, toucinho, além do preparo da própria carne, que era salgada e colocada num “jaca”, uma espécie de caixa de madeira, a “fábrica de banha” como também era conhecida, exportava sua carne até para o Rio de Janeiro. (OSTETTO, 2014, p.51).

















Foto de Andiele Baranoski junho de 2020

A Bortoluzzi S.A. atuava como exportadora importadora também contava com uma casa de comércio, localizada na praça Humberto Bortoluzzi, onde hoje é a Casa do Chico. (OSTETTO, 2014, p.51).















(Disponívem em https://www.portalveneza.com.br/nossa-historia-que-nos-conta-chamine/ acesso 26/jul.)


Dando continuidade ao nosso roteiro, na rua Dr. Carlos Gorini no centro de Nova Veneza encontramos duas edificações pertencentes ao patrimônio industrial do município. Conforme informações obtidas por meio de entrevistas com moradores da cidade, identificamos que inicialmente ambas as fábricas funcionaram com a atividades ligadas a Malharia Santa Mônica S.A. uma cooperativa neoveneziana existente entre os anos 1950 e 1960.




















Foto retirada e editada do Google Maps em Maio de 2020


Infelizmente este patrimônio já não existe como edificação.
















Foto de Andiele Baranoski junho de 2020


Ambas edificações tiveram uma grande importância na questão industrial da cidade de Nova Veneza, após o término das atividades da Malharia Santa Mônica S.A. ambas edificações receberam novas atividades. A primeira fábrica foi alugada por uma indústria de tamancos de madeira e couro, e a segunda por fabricantes de balas de banana, e logo após foi transformado em uma fábrica que trabalha com fumo na atualidade.

Buscando relatar a importância do saber-fazer advindo com os imigrantes italianos em Nova Veneza, vislumbramos na Fábrica de Cadeiras de Palha da Família Nazari a continuidade de suas atividades ainda nos dias de hoje. O saber transferido de pai para filho faz com que suas atividades manuais continuem a existir. Para um aprofundamento sobre essa fábrica indicamos a página no facebook https://www.facebook.com/cadeiradepalhanazari















Foto de Andiele Baranoski junho de 2020
















Foto de Andiele Baranoski junho de 2020
















Foto de Andiele Baranoski junho de 2020















Foto de Andiele Baranoski junho de 2020


Um outro saber-fazer que identificamos em Nova Veneza foi na Ferraria da Família Tomasi, uma importante atividade que veio da Itália junto com essa família e encontrou na Colônia de Nova Veneza seu novo lar. Um conhecimento transferido entre família que transformou a vida dos primeiros moradores desta cidade.














Foto de Andiele Baranoski junho de 2020













Foto de Andiele Baranoski junho de 2020



















Foto de Andiele Baranoski junho de 2020



















Foto de Andiele Baranoski junho de 2020















Foto de Andiele Baranoski junho de 2020



Dialogando com Clio: mãos à obra!


Agora que conhecemos algumas atividades da cidade de Nova Veneza que foram produzidas pelos colonos e que perpassam a questão da agricultura, vamos fazer um exercício de pesquisador. Entreviste um membro mais velho da família ou alguém de sua comunidade e coloque em prática seu lado historiador. Vamos lá!?

Já sabemos que muitos dos ofícios exercidos pelos imigrantes na colônia de Nova Veneza, foram saberes que passaram por gerações e que permaneceram na vida e cotidiano das pessoas. Entende-se por saber-fazer toda prática vinculada a ação humana por meio da imaterialidade, como por exemplo, o saber-fazer de uma costureira, de um sapateiro, de uma doceira, uma benzedeira, dentre outros.


a) Entreviste seu familiar ou membro da comunidade e tente descobrir se ele possui algum saber fazer.

b) Por meio das memórias de seu entrevistado, peça que ele conte a você a história de seu saber fazer, caso possua.

c) Em sua comunidade, há alguma edificação de fabril que era utilizada no passado e que hoje não mais? Caso haja, observe suas características e as descreva.

d) Por fim, compartilhe com seus colegas em sala de aula sua descoberta.


REFERÊNCIAS


GODOY, CLAYTON Peron de e RABELO, Marcos Monteiro. O Inventario Nacional de Referências Culturais como Instrumento de Preservação do Patrimônio Cultural. 2008.


OSTETTO, Lucy Cristina. Nova Veneza na Primeira Metade do Século XX. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2014.


Entrevista oral

GHISLANDI, Sérgio. As fabricas de Nova Veneza. Entrevista concedida á Andiéle Baranoski; Tatiane Beretta. 20 de Junho de 2020.

 
 
 

2 Comments


so_amore
Oct 04, 2024

Parabéns as historiadoras e a linda fotógrafa.

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cesaragc89
Oct 20, 2020

Parabéns! às autoras(os) que nos deram uma aula de historiografia, pelo método Bradeuliano, ao trazer à luz a história de uma cidade tão querida da região sul, e certamente, muito procurada por turistas de todo o Brasil e do mundo. Tenho certeza que este trabalho proporcionará mais conhecimento da cidade de Nova Veneza a todos aqueles que procuram bonitas paisagens e excelente comida Italiana.

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