Museu Augusto Casagrande Part.2
- Seguindo Clio
- 24 de jul. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de ago. de 2020
Maria Eduarda Espindola Miguel
As atividades elaboradas têm como intuito, perceber a presença feminina dentro do Museu Histórico e Geográfico Augusto Casagrande. Em primeiro lugar, foi criado um roteiro direcionado a imagem de Cecilia Darós Casagrande observando como ela aparece em um dos expositores dito ser exclusivo da família.
Já em segundo lugar, procuramos observar outras figuras femininas, além da matriarca da família, percebendo como elas são retratadas nos cômodos da casa. Para fundamentar nossa análise, usamos como base o trabalho de conclusão de curso da historiadora Jennifer Constantino Dos Santos que fez uma análise sobre o museu, a invisibilidade feminina e as relações desiguais de gênero nestes espaços.
Ao ler seu trabalho podemos perceber que em sua análise, a autora discorre bastante sobre a questão de invisibilidade feminina nos mostrando que, principalmente nos museus, existe uma relação de poder de gênero bastante visível, retratando as ações dos homens como heroicas e determinantes para o trabalho, enquanto as mulheres geralmente são retratadas como responsáveis pelo lar, pelos filhos e por tudo que envolve a família, sendo relacionada apenas ao ambiente privado e tendo suas atividades de trabalho um caráter apenas de auxiliar, sendo este um trabalho não menos importante do que o masculino porém, sem reconhecimento algum.
Essa relação de poder pode ser percebida até mesmo no acervo do Museu Augusto Casagrande no qual as figuras femininas aparecem sempre representadas em louças ou objetos de trabalho doméstico, enquanto a dos homens aparece de uma forma lúdica, heroica e corajosa em seus objetos pessoais. Normalmente, a figura da mulher é sempre relacionada ao lar, entretanto estas atividades não ganham reconhecimento mesmo sendo possuidor de uma importância igualitária a masculina.
É importante deixar claro que essa invisibilidade ocorre não somente nos museus de história, mas também nos museus de artes, por exemplo, onde a mulher geralmente aparece apenas em obras e raramente como autora, e isso torna as pesquisas dentro desses espaços ainda mais relevantes pois, essas tem capacidade de ampliar nossa visão com relação a esses lugares, e de fazer com que tenhamos acesso a diversas informações que podem nos levar além daquilo que é narrado normalmente nesses ambientes. Esses lugares não devem possuir um único discurso, e seus discursos não estão prontos, devem ser constantemente ressignificados.
Localização:


Acervo Museu Augusto Casagrande. Xícara pertencente a dona Ornesta Carbelotti.

Acervo Museu Augusto Casagrande. Ferro de passar pertencente a Eduarda Pereira Búrigo.

Acervo Museu Augusto Casagrande. Máquina de costura pertencente a dona Leonora Destro.

Acervo Museu Augusto Casagrande.

Acervo Museu Augusto Casagrande.

Acervo Museu Augusto Casagrande. Sopeira pertencente a dona Luiza Mendes.

Acervo Museu Augusto Casagrande. Panela pertencente a dona Lúcia Colonetti.

Acervo Museu Augusto Casagrande. Açucareiro pertencente a dona Ida Búrigo Possamai.

Acervo Museu Augusto Casagrande. Leiteira pertencente a dona Evandi De Brida Guidi.
Dialogando com Clio: mãos à obra!
a) Além da figura de Cecília Darós Casagrande, outras mulheres também aparecem no museu, quais são os objetos que as representam?
b) Ao observar o acervo você considera que esses pertencem ao mundo público ou privado?
c) Como estes objetos reproduzem relações estabelecidas de gênero?
d) Pesquise sobre a presença das mulheres em museus (histórico, artes, entre outros).
REFERÊNCIAS
DOS SANTOS, Jennifer Constantino. O FEMININO (IN)VISÍVEL ENQUANTO PERSONAGEM HISTÓRICO NO MUSEU MUNICIPAL HISTÓRICO E GEOGRÁFICO AUGUSTO CASAGRANDE. Criciúma, 2019.
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