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A arte Sacra nos museus do sul catarinense

  • Foto do escritor: Seguindo Clio
    Seguindo Clio
  • 2 de ago. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de ago. de 2020

Maria Eduarda Espindola Miguel


Ao pensar sobre arte sacra, logo imaginamos sua relação com a religiosidade. Porém, essa manifestação artística também é vista como um importante patrimônio artístico-cultural, o que vai além de seu entendimento como objeto religioso/litúrgico. Nós, profissionais da história e também, de outras áreas como a museologia, devemos ter noção de como tratar esses objetos e suas particularidades. Cabe a nós analisarmos e estudarmos cada um deles para que, quando forem expostos ao público cada indivíduo tenha a oportunidade de compreender o que ele remete.

Normalmente, quando são expostos, a arte sacra busca evidenciar a religiosidade e os costumes praticados pelos católicos em Santa Catarina e, é isso que acontece nos museus de Orleans, Urussanga, Nova Veneza e, até mesmo, no Museu Augusto Casagrande de Criciúma.

Por certo, a imaginária também serviu para união e socialização dos imigrantes. Aos domingos e nas festas, reuniam-se em torno de uma imagem de Cristo ou do santo de sua devoção para juntos praticarem os exercícios religiosos.

Sabemos que a maioria dos colonos italianos que migraram para o sul do estado catarinense seguiam fortemente o catolicismo. Essa prática era tão comum entre eles que ao chegarem aqui tinham o costume de construir em primeiro lugar pequenas capelas para seus atos litúrgicos. Procuravam também, pessoas com habilidades artesanais para confeccionar imagens sacras e/ou adornar as igrejas.

Assim, esse circuito tem como intuito perceber alguns objetos de arte sacra expostos nos museus da região, propondo uma análise de como estão dispostos, identificados, quando e por quem foram produzidos. Criando, desse modo, um trajeto entre os museus regionais começando pelo museu de Orleans /SC.


CONDE D’EU:


O museu apresenta a figura do imigrante italiano em Orleans/SC, fazendo o uso de objetos considerados do “mundo do trabalho”, seja de uso doméstico, de transporte, ferramentas, e também, por meio arte sacra. O Museu foi criado a partir da realização de uma gincana realizada por Pe. Dall’Alba e funcionava inicialmente no Seminário São José.


Localização:

















Imagens Museu Conde D’eu:












Foto por Jairo Rodrigues, março 2020.













Foto por Marcio Giovannoni, março 2020.

Podemos perceber na imagem acima que a arte sacra é bem presente no museu e que, ao visualizarmos o espaço, relacionamos os objetos a religiosidade, mas, será que os objetos estão remetendo apenas isso? E se esses objetos estão lá, quem os produziu? É o que vamos discutir no decorrer do circuito.

Museu do Imigrante Cônego Miguel Giacca

Localização:


















O Museu do Imigrante Cônego Miguel Giacca, assim como o Conde D´Eu, remete a colonização italiana em Nova Veneza /SC, ele é resultado da reunião de mais de mil objetos arrecadados em uma gincana, sendo inaugurado para comemorar o centenário da cidade. Utilizaram o espaço, que antes era um clube, para a formação do museu que teria como acervo, objetos do cotidiano dos migrantes italianos. O município inaugurou o museu em 1991.


















Fachada Do Museu Conego Miguel Giacca por Portal de Turismo de Nova Veneza.


















Imagem interna Museu Cônego Miguel Giacca.


























Foto – “Cristo grande” – Ângelo Moro


Novamente ao visualizar as imagens do museu, podemos notar que a religiosidade do imigrante italiano permanece forte nos objetos, e que o nosso objetivo de visualizar a arte sacra cada vez mais se aproxima quando observamos os objetos religiosos na parede. Sempre imaginando em primeiro lugar a religiosidade ligada aos antepassados, não questionando quem foi seu autor e as técnicas empregadas para sua realização. No caso da imagem acima, a autoria é do escultor Ângelo Moro, imigrante italiano que desenvolveu grande parte de seu trabalho em Nova Veneza.


MUSEU HISTÓRICO E GEOGRÁFICO AUGUSTO CASAGRANDE

LOCALIZAÇÃO:























O Museu Histórico e Geográfico Augusto Casagrande, assim como os outros já citados, remete as migrações para a cidade de Criciúma /SC. O espaço também conta com objetos arrecadados em uma gincana realizada no Colégio Madre Tereza Michel, para sua formação, com o mesmo intuito que Nova Veneza, pois a cidade precisava de um museu para o seu centenário. Como a casa da família Casagrande e foi considerada o primeiro casarão da cidade, a filha do patriarca doou a edificação para a prefeitura para que se tornasse um museu.




















Imagem do Museu Augusto Casagrande.























Foto por Ruy Machado – crucifixo produzido por Angelo Moro - Museu Augusto Casagrande.


Podemos observar durante uma visita ao museu, vários objetos que remetem a religiosidade da época; pias de água benta, santinho de bolso e principalmente, esse crucifixo na parede do segundo andar da casa.

Como o artista era especialista em esculturas em forma de crucifixo, fazia vários e vários objetos, tanto é que, existem vários deles espalhados pela região sul de Santa Catarina, como vimos acima. Muitas vezes esse costume de visualizar e analisar particularmente os objetos nos museus passa despercebido e só nos damos conta então, quando alguém nos chama atenção para isso e esse foi o nosso objetivo, perceber a arte sacra nos espaços não formais no sul de Santa Catarina.


Dialogando com Clio: mãos à obra!


Ao ler e visualizar as imagens durante o circuito, de que maneira você conseguiu perceber que as manifestações religiosas são também manifestações artísticas? Discorra.

REFERÊNCIAS:


BERGAMO, Ana Lúcia. Santo de casa também faz...arte. Centro de Estudos da Imaginária Brasileira/Ceib. Belo Horizonte 2009.

 
 
 

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